Fome Física Vs. Fome Emocional

Written by Dra. Paula Beirão Valente on sexta, 13 novembro 2015.

Aprenda a distinguir os dois tipos de fome

Fome Física Vs. Fome Emocional

Já lhe aconteceu sentir um desejo incontrolável por algo extremamente doce ou salgado?

Mesmo sabendo que acabou de comer há pouco tempo? E começa a ficar impaciente, com mau-humor enquanto não prova aquilo que tanto deseja?

Posso dizer-lhe então que está perante sinais característicos de fome emocional, normalmente acompanhados por peso na consciência após a ingestão.

 

Como identificar a fome física ou fisiológica?

Para identificar a fome física, ou a chamada “fome do estômago”, é preciso ficar atenta aos sinais. Poderá sentir uma “fraqueza” física, um desconforto geral, por vezes o seu estômago poderá “roncar” ou sentir até dor de cabeça, estes são sinais de que o seu corpo precisa de energia.

Normalmente a fome física é gradual, sente que a situação está controlada e consegue calmamente planear a refeição seguinte.

Vou dar-lhe uma dica, quando sentir “fome”, para confirmar se é fisiológica, faça a si própria duas perguntas: qual o horário da minha última refeição? Já estará na hora de sentir fome novamente?

 

 

Como identificar a fome emocional?

Normalmente a fome emocional aparece quando não está emocionalmente bem. Sentimentos como tristeza, raiva, frustração, ansiedade são desencadeadores de fome emocional. Tende a parecer repentinamente, urgentemente, acompanhada pelo desejo incontrolável de ingerir alimentos mais calóricos, ricos em gordura e açúcar, que lhe tragam uma sensação de prazer, mesmo que apenas momentâneo.

Quando aparece esta sensação de “fome emocional”, deverá perguntar a si própria - Estou com fome de quê? Tenho o meu estômago vazio? É importante salientar que quando come muitas vezes ao dia, por fome emocional, não chegará ao ponto de sentir a fome fisiológica/física.

Após ingerir alimentos por "fome emocional", poderá até haver uma sensação de alívio imediato, mas não a longo prazo, uma vez que depois de comer vem a sensação de culpa, de fracasso e isso gera mais fome, tal como um ciclo.

A fome emocional não deverá ser ignorada, mas sobretudo trabalhada. Tente identificar o que está a sentir e procure melhorar. Viva as emoções e não “desconte na comida”, conhecendo o seu ritmo de vida e os seu horários procure traçar uma estratégia de "ataque" contra a fome emocional.

Tente substituir o sentimento de satisfação que a comida lhe proporciona, por outra tarefa que lhe traga também alguma satisfação (por exemplo, ligar a um amigo, dançar, conversar, fazer actividade física, ouvir música ou até mesmo procurar um alimento doce, mas não tão calórico, até o desejo diminuir). Deste modo conseguirá obter o mesmo prazer com outra consequência.

Agora, da próxima vez que sentir fome, não só conseguirá fazer a distinção entre estas duas, como também já terá o seu plano de compensação,  certo?

 

Sobre o Autor

Dra. Paula Beirão Valente

Dra. Paula Beirão Valente

Mestre em Nutrição Clínica pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra;

Licenciada em Ciências da Nutrição pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto;
 
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